Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://104.156.251.59:8080/jspui/handle/123456789/4986
Título: O novo inferno de Dante: neoliberalismo e os seus tratos
Autor(es): Cruz, Caique de Oliveira Sobreira
Cunha, Joaci de Sousa
Palavras-chave: Neoliberalismo
Crise estrutural do capital
Circuito dos afetos
Ideologia
Forma-ideológica
Data do documento: 17-Mai-2023
Editor: UCSal - Universidade Católica do Salvador
Resumo: A presente investigação teve como principal objetivo a apreensão e a exposição do fenômeno social denominado “neoliberalismo”, tomando-o não como um mero conjunto e/ou sistematização de ideias de mundo ou teses doutrinárias, mas, sim, enquanto um novo padrão de acumulação do capital baseado na flexibilização completa da vida social, como uma expressão concreta do movimento de rearranjo do sociometabolismo do capital. Portanto, tratamos de compreender o neoliberalismo como o resultado de um processo material totalizante. Inicialmente, desenvolvendo a tese de que ele não foi um produto das “ideias” dos pensadores neoliberais, em verdade, a sua gênese estaria intimamente ligada ao desdobramento da conjunção de quatro processos fundamentais: a crise estrutural do sociometabolismo do capital como indicada por Mészáros, a debacle do “socialismo real” com o fim da URSS, a queda do “keynesianismo” e da social-democracia e, por fim, o advento da globalização/mundialização que representou o estágio da luta de classes a partir das décadas de 1960 e 1970 do século XX, com o avanço do imperialismo e das grandes burguesias para a destruição dos “Estados nacionais”, visando a possibilidade de estabelecer uma nova arena internacional que pudesse reproduzir o novo modelo societal (neoliberalismo) que estava sendo construído na prática social e, concomitantemente, recuperar o seu “poder de classe” (em todos os sentidos e âmbitos). Após estabelecer os quatro pontos-chave da genealogia do neoliberalismo e identificá-los como fundantes deste fenômeno, avançamos para o estudo das doutrinas que foram utilizadas para reproduzir e legitimar essa nova “forma” do sistema capitalista, remando, desse modo, não na direção reducionista de excluir o papel do programa neoliberal como um elemento fulcral da realidade social e procedendo com uma visão engessada de centralidade/lateralidade dos complexos sociais, mas, sim, na direção de erigir uma relação de fundante/fundado em que os quatro eventos supramencionados fundaram o neoliberalismo, porém que este não se resume estritamente àqueles. Para interpretar as formulações dos principais teóricos neoliberais (Mises, Hayek, Friedman) utilizamos como ferramenta nevrálgica a categoria ideologia na sua acepção dada por Karl Marx e Friederich Engels, na obra “A ideologia Alemã”, de 1845-1846, que tem uma conotação “negativa” ao dispor que uma visão “ideológica” dos fenômenos seria uma ótica parcial (parcial como sinônimo de incompleto), manchada e/ou turva da realidade social. Outrossim, analisamos, pari passu, as três primeiras grandes experiências neoliberais do mundo: Chile (com Pinochet, a partir de 1973), Inglaterra (com Margaret Thatcher, a partir de 1979) e Estados Unidos da América (com Ronald Reagan, a partir de 1980-1981), visando a extrair os seus saldos históricos. Por fim, trouxemos à baila o conceito de “forma-ideológica” com o desiderato de demonstrar a subjetividade específica que o neoliberalismo fundou (sistema de adoecimento dos afetos) e de que forma essa nova subjetividade foi introjetada no ser humano, principalmente no que concerne à emergência do que se popularizou sob a nomenclatura de “sujeito-empresa” e as suas implicações no quadro psíquico da classe trabalhadora; a exemplo da barbarização da vida cotidiana e as formas de gestão dos sofrimentos psíquicos que daí foram derivados.
URI: http://104.156.251.59:8080/jspui/handle/123456789/4986
Aparece nas coleções:Dissertações de Mestrado

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
DISSERTACAOCAIQUECRUZ.pdf1.89 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.