Sem tambor não tem pelô. um recorte de como sobrevive os percussionistas de Salvador

Abstract

Este trabalho de conclusão de curso tem como objetivo compreender o papel das Associações Carnavalescas e dos blocos afro de Salvador na disseminação da cultura ancestral africana e no fortalecimento do setor turístico do Centro Histórico. A pesquisa foi baseada em entrevistas com representantes de entidades como a Associação Cultural e Carnavalesca Tambores e Cores, a Associação Carnavalesca Swing do Pelô e a Banda Meninos da Rocinha do Pelô, além de uma análise do livro "A trama dos Tambores - A música afro-pop de Salvador" da autora Goli Guerreiro. O contexto histórico dos anos 70 foi marcado pela luta pelos direitos civis e valorização da cultura negra. O surgimento do Ilê Aiyê em 1974 desencadeou um movimento que inspirou a criação de outros blocos afro e associações carnavalescas em diversas regiões da Bahia. Essas entidades buscaram romper estereótipos e marginalização enfrentados pela população negra no carnaval e na sociedade. As entidades carnavalescas transformaram os desfiles em verdadeiras celebrações da cultura afro-brasileira, destacando suas manifestações artísticas, danças, ritmos e trajes típicos. Além de proporcionar alegria aos foliões, os blocos afro assumiram um papel político e social relevante, promovendo a valorização da cultura negra, a autoestima da população e a luta contra o preconceito racial. Movimento ganhou força na década de 80 com a criação do Samba reggae, que influenciou significativamente a música baiana e a projeção mundial do gênero como world music. No entanto, apesar do reconhecimento da cultura percussiva da Bahia, os músicos do Pelourinho enfrentam desafios para manter está cultura tão rica viva. Este estudo oferece um recorte da realidade dos percussionistas do Pelourinho, demonstrando a importância desses músicos para a representatividade musical da Bahia e do Brasil. Destacando a relevância de valorizar esses artistas e suas contribuições para a cultura local