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Campo DCValorIdioma
dc.creatorSantana, Alexandra Vieira de Carvalho-
dc.creatorUCSAL, Universidade Católica do Salvador-
dc.date.accessioned2020-10-05T17:01:20Z-
dc.date.available2020-10-05-
dc.date.available2020-10-05T17:01:20Z-
dc.date.issued2003-10-
dc.identifier.isbn85-88480-18-12-
dc.identifier.issn85-88480-18-12pt_BR
dc.identifier.urihttp://104.156.251.59:8080/jspui/handle/prefix/1797-
dc.languageporpt_BR
dc.publisherUniversidade Católica do Salvadorpt_BR
dc.relation.ispartofSEMOC - Semana de Mobilização Científica- O projeto CAT e o resgate histórico das comunidades na região do semi-árido baianopt_BR
dc.rightsAcesso Abertopt_BR
dc.subjectSemi-árido baianopt_BR
dc.subjectSEMOC - Semana de Mobilização Científicapt_BR
dc.subjectComunidadept_BR
dc.subjectCATpt_BR
dc.titleO projeto CAT e o resgate histórico das comunidades na região do semi-árido baianopt_BR
dc.title.alternativeSEMOC - Semana de Mobilização Científicapt_BR
dc.typeArtigo de Eventopt_BR
dc.description.resumoA educação rural no Brasil, durante muito tempo, foi esquecida pelos indivíduos que formam este País. A Constituição de 1924 não mencionou a especificidade da educação rural, imbuída pelo caráter de valorização da identidade cultural da população do campo, mas, em 1988, através dos movimentos de educação no campo, cria-se o artigo 212 – que afirma ser ela “direito de todos e dever do Estado”. Com isso, algumas organizações sociais passaram a construir alternativas que promovessem uma transformação estrutural no que diz respeito à educação rural. O Projeto CAT (Conhecer Analisar e Transformar a Realidade Rural) é um projeto de capacitação de professores, que atua na zona rural, com base em um planejamento conjunto das atividades escolares, bem como na construção de uma ficha pedagógica realizada pelos próprios professores para direcionar a relação de aprendizagem em sala de aula entre professor/a e alunos/as. Existe, também, um processo de acompanhamento e avaliação das atividades pedagógicas nos municípios, a partir das visitas feitas às comunidades – momento em que se consegue perceber a experimentação de todo um trabalho construído coletivamente. O Projeto CAT já vem praticando o que diz na Lei de Diretrizes e Bases da Educação de nº 9394/96, no art. 28I e II, aliás, único parágrafo, que se ocupa do meio rural, conforme se lê: Na oferta de educação rural, os sistemas de ensino promoverão as adaptações necessárias à sua adequação às peculiaridades da vida rural e de cada região, especialmente: I – conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às reais necessidades e interesses de alunos da zona rural; II – organização escolar própria, incluindo adequação do calendário escolar às festas do ciclo agrícola e às condições climáticas; III - adequações à natureza dona zona rural.O Projeto de Educação Rural CAT atua em parceria entre a Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), o Movimento de Organização Comunitária (MOC) e nove municípios, a saber: Araci, Cansanção, Capim Grosso, Conceição do Coité, Retirolândia, Valente, Riachão do Jacuípe, Santo Estêvão e Santa Luz do Semi-árido Baiano. Busca-se, com a metodologia aplicada à transformação da educação, vista como forma de ampliar o exercício da cidadania, como bem expressa Paulo Freire: “A boniteza de ser gente se acha entre outras coisas, nessa possibilidade e nesse dever de brigar. Saber que devo respeito à autonomia e à identidade do educando, exige de mim uma prática em tudo coerente com este saber (FREIRE, 2001, p.67). Este projeto resulta da discussão iniciada num encontro sobre educação rural promovido pelo MOC e Coordenado pelo Serviço de Tecnologias Alternativas – SETRA, entidade civil não governamental, no período de 1993 em Pernambuco, e, desde então, o projeto vem se movendo no Semi-árido com o objetivo central de desenvolver uma concepção e prática específica para educação escolar no meio rural no ensino fundamental, em suas séries iniciais, tendo como perspectiva a relação com uma proposta de desenvolvimento agrícola sustentável. A partir daí a área de História buscou o desenvolvimento do senso crítico do aluno/a , bem como do/a professor/a, no que diz respeito à história do lugar, e as formas de inserção destes no mundo, de forma que cada dia nós percebemos a importância de continuarmos incentivando a valorização do espaço rural e da sua história que ainda guarda a tradição oral memorada de pai para filho. A partir do método Paulo Freire de ação – reflexão – ação, propõe-se conhecer a história e a realidade do homem e da mulher no campo “[...] destinando-se pedagogicamente a orientar os alunos para um levantamento da realidade imediata que os rodeia, para instigar sua curiosidade e provocar uma inter-relação entre escola, pais e comunidade” (BAPTISTA e BAPTISTA, 1999, p.39). Além de analisar os elementos que compõem esta realidade, na qual “[...] colhemos os resultados dos levantamentos de realidade, feitos pelos alunos, refletindo-os e projetando-os em um âmbito maior, no processo de construção de conhecimentos” (Idem, Ibid, op.cit), com o intuito de transformá-la mediante uma postura político-pedagógica desenvolvida através de um aprendizado recíproco entre estes sujeitos. Para tanto, utilizamos como base uma ficha pedagógica construída pelos próprios professores que compõem o projeto, que serve como instrumento didático de trabalho no dia-a-dia em sala de aula. Isto ocorre de forma processual e contínua e se inicia na percepção de que a práxis histórica rural resulta do verdadeiro conhecimento da realidade estudada. Com o andamento do projeto nas escolas do Semi-árido Baiano, pudemos perceber o interesse de muitos professores/as e alunos/as em compreender a sua história a fundo tendo em vista a valorização da sua identidade étnica e cultural, de trabalho agrícola e convivência no campo. Em geral, esse resgate histórico das comunidades é realizado com muita seriedade, através da pesquisa oral feita junto aos antigos moradores das comunidades que se dispõem a dar entrevista aos professores locais, que, se não fosse pela iniciativa sedenta destes/as investigadores/as, esses dados teriam se perdido. Contudo, um dos princípios básicos utilizados pelo projeto, o qual afirma que todos são aprendizes, torna–se concreto no instante em que a relação de ensino e aprendizagem não se constitui apenas entre o professor/a e o aluno/a, mas vai além dos portões escolares para atingir a comunidade em que a escola está inserida. Dessa forma, não só as crianças se sentem importantes no processo de construção de sua própria história, mas também os moradores das comunidades – que percebem ser o seu conhecimento valioso para a sociedade. Este é um momento em que as crianças podem despertar para o fato de que a história não é apenas a construção de mitos, ou seja, de homens que viveram em realidades totalmente distintas das suas e se aproveitaram da história factual para mostrar os seus feitos heróicos, promovendo-se em detrimento da falta do conhecimento letrado da maioria da população, pelo fato de serem os entendidos da arte de ler – escrever – e interpretar. É necessário salientar que as crianças passam a compreender que o nome da comunidade está ligado à sua formação histórica, entendendo a fundo o seu real significado; outro fator importante é que essas histórias são impressas por um boletim informativo, A Voz do CAT, onde estão inseridas algumas experiências de alunos/as e professores/as que participam do projeto, de forma que algumas dessas histórias muitas vezes se fazem presentes nos boletins selecionados de acordo com a sua proximidade com a ficha pedagógica e, então, enviados para as escolas e comunidades, com o objetivo de estimular e valorizar a criação destes indivíduos construtores da sua realidade. Em suma, o projeto CAT é uma das formas encontradas pelos cidadãos/ãs inseridos/as na região sisaleira, para transformar o seu meio. No entanto, o nosso maior entrave é conseguir cada vez mais uma unidade entre a escola, a comunidade e a família que possibilite o seu redimensionamento estrutural e, para isso, o homem / mulher rural deve partir da compreensão de sua própria história, percebendo a fundo a sua formação, os problemas atuais com os quais a sociedade convive e construir conjuntamente estratégias de desenvolvimento para a sua sustentabilidade.pt_BR
dc.publisher.countryBrasilpt_BR
dc.publisher.initialsUCSALpt_BR
dc.citation.issueVIpt_BR
dc.subject.cnpqSociais e Humanidadespt_BR
dc.subject.cnpqMultidisciplinarpt_BR
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