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Campo DCValorIdioma
dc.creatorCosta, Lívia Alessandra Fialho da-
dc.creatorUCSAL, Universidade Católica do Salvador-
dc.date.accessioned2020-10-14T12:16:15Z-
dc.date.available2020-10-14-
dc.date.available2020-10-14T12:16:15Z-
dc.date.issued2003-10-
dc.identifier.isbn85-88480-18-12-
dc.identifier.issn85-88480-18-12pt_BR
dc.identifier.urihttp://104.156.251.59:8080/jspui/handle/prefix/1832-
dc.languageporpt_BR
dc.publisherUniversidade Católica do Salvadorpt_BR
dc.relation.ispartofSEMOC - Semana de Mobilização Científica- Enfrentando a contemporaneidade: família e novas alternativas religiosaspt_BR
dc.rightsAcesso Abertopt_BR
dc.subjectFamíliaspt_BR
dc.subjectSEMOC - Semana de Mobilização Científicapt_BR
dc.subjectAlternativaspt_BR
dc.subjectReligiosaspt_BR
dc.titleEnfrentando a contemporaneidade: família e novas alternativas religiosaspt_BR
dc.title.alternativeSEMOC - Semana de Mobilização Científicapt_BR
dc.typeArtigo de Eventopt_BR
dc.description.resumoO processo de surgimento e implantação de novas denominações pentecostais no Brasil tem chamado a atenção de pesquisadores de diferentes campos de estudos nas últimas duas décadas. Na verdade, desde os anos 60, importantes trabalhos delineavam os contornos de um pentecostalismo que se expandia dos Estados Unidos ao resto do mundo. As formas e os motivos de fixação de denominações pentecostais em diferentes cidades é o foco de atenção desses trabalhos. Analisam-se as relações existentes entre crescimento do fenômeno pentecostal e o processo de industrialização e modernização de cidades da América Latina. A fim de compreender tal crescimento, esses estudos clássicos partiam de teorias gerais sobre desorganização social.3 Assim, por exemplo, Lalive d’Epinay4, pioneiro em matéria de estudos sobre o pentecostalismo na América Latina – notadamente na Argentina e no Chile – interpretava a expansão do pentecostalismo como uma superdemanda da parte de uma população em situação de crise: as massas rurais imigradas para as metrópoles. Essa nova população “anômica” passa por uma transição (do setor tradicional para o setor moderno) cuja principal característica é a ausência total de traços e elementos de coesão presentes no antigo modelo. As relações de solidariedade propostas pelo pentecostalismo às massas marginais ou aos indivíduos “perdidos” seriam então a causa de seu sucesso junto às populações caracterizadas por uma anomia social. Na América Latina, os pentecostais encontram um solo fértil para sua instalação, marcando profundamente sociedades tradicionalmente fundadas sobre um outro tipo de religiosidade. Este é o caso do Brasil, país majoritariamente católico, que conhece uma “explosão” pentecostal, sobretudo nas últimas décadas do século passado. Nos anos 70, às especulações sobre a organização interna dos grupos pentecostais, junta-se o interesse pelo exame do lugar ocupado pelos pentecostais na sociedade e na política em particular. Mais tarde, outros estudos buscarão compreender o discurso, a doutrina e a liturgia de cada denominação, compondo, dessa forma, uma ampla base de dados – capaz de favorecer o desenvolvimento de novas pesquisas. Em fins dos anos 70, o perfil dos pentecostais muda: é o aparecimento dos chamados neopentecostais. Contudo, somente a partir de fins dos anos 80 podemos contar com uma importante produção sobre o neopentecostalismo. O interesse, então, não é mais pelas denominações, e sim por aqueles que “consomem” esses discursos e práticas, a saber, a grande massa de convertidos que, desde há muito, vem lotando milhares de templos em todo o Brasil. Nessa época, os trabalhos são marcados por questões que demonstram o quanto o fenômeno se tornou importante. O crescimento pentecostal é resultado de um enfraquecimento progressivo do projeto de mobilização da Igreja Católica baseado na Teologia da Libertação? Nos anos 90, as pesquisas se intensificam e vêm confirmar que o pentecostalismo tem um impacto notável sobre a sociedade brasileira: como explicar que o Brasil, o maior país católico do mundo, tenha se tornado o país de maior concentração pentecostal ? É também nos anos 90 que surge um tipo de abordagem cujo ponto de partida considera o pentecostalismo como uma estratégia utilizada pelos indivíduos na conquista de mudanças em seus estilos de vida: tais trabalhos têm por foco o movimento de conversão e de adesão e sobre os resultados da conversão para o indivíduo e para a família. Assim, para resumir, temos, de um lado, uma abordagem segundo a qual a atenuação da dominação social, trazida pelos cultos pentecostais, é negativa para os indivíduos pobres: quanto mais sua posição de desfavorizado for simbolicamente atenuada, mais o indivíduo se acomodará e aceitará a estagnação de sua situação. Por outro lado, temos a abordagem segundo a qual o pentecostalismo pode ser positivo para estes mesmos indivíduos, pois a mudança promovida pela conversão termina por incentivar a solidariedade em uma sociedade moderna em que continuam a ocupar uma posição marginal. Assim, no lugar de partir de uma análise na qual a religião é vista como uma expressão simbólica alienante, deslocamos o nosso eixo de atenção para um outro ponto: o “espaço” religioso passa a ser um lugar onde se negociam concepções, valores e apoio religioso – que passam a ser compreendidos como um tipo de “troca”. O pentecostalismo é percebido como um motor de inserção de mulheres no trabalho, um apoio face aos problemas imediatos: alimentação e problemas de saúde, ou, ainda, como “produtor” de famílias simbólicas, capazes de contribuir com a reestruturação de identidades individuais e coletivas. Desse modo, enquanto prática religiosa, a Igreja é vista como um agrupamento, tendo por papel oferecer um suporte social. Essa rede busca recompor relações de solidariedade entre aqueles cujos laços sociais estão enfraquecidos. Com as estatísticas, os pesquisadores se deram conta de que o pentecostalismo é um fenômeno em plena expansão. 1910 é o ano de implantação da primeira igreja pentecostal no Brasil ; sua propagação data dos anos 50. De 1955 a 1970 o número de fiéis passa de 400.000 a 1.400.0005, enorme crescimento (aproximadamente de 10% por ano), que se acentua ainda mais no curso das duas últimas décadas do século XX.6 Uma estimativa datando de 1992 aponta o número de 15 milhões de pentecostais no Brasil, o que representa 10% da população nacional. Nos últimos anos, não só o pentecostalismo aumentou o número de convertidos, como aumentou o número de grupos pentecostais: diz-se que na região do Rio de Janeiro, cria-se uma igreja pentecostal por dia.7 Tal quadro nos impele a pensar o pentecostalismo como um fenômeno que, de fato, vem marcando a sociedade brasileira de norte a sul.pt_BR
dc.publisher.countryBrasilpt_BR
dc.publisher.initialsUCSALpt_BR
dc.citation.issueVIpt_BR
dc.subject.cnpqSociais e Humanidadespt_BR
dc.subject.cnpqMultidisciplinarpt_BR
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