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Registro completo de metadados
Campo DCValorIdioma
dc.creatorSantos, Nalva-
dc.creatorBatista, Hildonice de Souza-
dc.creatorBarbosa, Nelma-
dc.creatorSaphira, Bruno-
dc.creatorOliveira, Islana de-
dc.creatorFaria, Ivan-
dc.creatorSerpa, Luiz Felippe Santos Perret-
dc.date.accessioned2020-10-19T16:45:56Z-
dc.date.available2020-10-19-
dc.date.available2020-10-19T16:45:56Z-
dc.date.issued2003-10-
dc.identifier.isbn85-88480-18-12-
dc.identifier.issn85-88480-18-12pt_BR
dc.identifier.urihttp://104.156.251.59:8080/jspui/handle/prefix/1864-
dc.languageporpt_BR
dc.publisherUniversidade Católica do Salvadorpt_BR
dc.relation.ispartofSEMOC - Semana de Mobilização Científica- Projeto Paraguaçu: construindo a comuniversidadept_BR
dc.rightsAcesso Abertopt_BR
dc.subjectProjeto Paraguaçupt_BR
dc.subjectSEMOC - Semana de Mobilização Científicapt_BR
dc.titleProjeto Paraguaçu: construindo a comuniversidadept_BR
dc.title.alternativeSEMOC - Semana de Mobilização Científicapt_BR
dc.typeArtigo de Eventopt_BR
dc.description.resumoAo observar-se as pesquisas acadêmicas atuais, percebe-se um significativo empreendimento em torno do conhecimento e do avanço tecnológico que acarretam relevantes transformações sociais, muitas vezes, com benefícios inegáveis à qualidade de vida humana, mas que por outro lado, produzem um campo de exclusão social e de desqualificação do coletivo humano. O início do século XXI traz consigo uma reavaliação desse processo competitivo, nocivo e excludente, o que solicita do meio acadêmico criar outras possibilidades de participação social que tenha como meta a solidariedade, a cooperação, a ética e, acima de tudo, a convivência harmoniosa com outros valores e outras culturas. Tais acontecimentos desafiam a Universidade hoje, e levam-na a (re) pensar outros territórios, outros valores em que o saber também é construído. Logo, faz-se necessário trabalhar por um tipo de procedimento que não faça da comunidade uma mera cobaia, um mero laboratório para os arcabouços de teorias acadêmicas. O artigo que ora se apresenta está baseado no Projeto Paraguaçu. Este tem a sua origem no programa denominado UFBA em Campo II, ligado à Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal da Bahia e com o apoio da Faculdade de Educação/UFBA. O Projeto conta com o fundamento teórico e a orientação de dois coordenadores, desenvolvendo-se desde agosto de 1999, com a participação de estudantes de diferentes cursos da UFBA, no distrito rural de Santiago do Iguape, município de Cachoeira – recôncavo da Bahia. É financiado pela FAPESB - Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Bahia. O objetivo maior do Projeto é o do levantamento de possibilidades latentes, negligenciadas ou reprimidas na relação entre Universidade e Comunidade – o que pretere a constituição de novos territórios. Não se trata da sobreposição de saberes, mas de um construir coletivo que repercuta tanto na universidade como na comunidade, constituindo um entre-lugar – aqui denominado de “Comuniversidade”. A filosofia do Projeto Paraguaçu tem como base a vivência de contextos comunitários e a convivência entre sujeitos (Comunidade e Universidade), criando esses entre-lugares que denominamos de COMUNIVERSIDADE5. Estes constituem o ponto de partida para dimensionar novos caminhos para o desenvolvimento humano local e criar novos objetos e abordagens para a formação profissional e para a práxis da Universidade. A nova parceria firmada com a FAPESB marcou uma segunda fase do projeto que, no entanto, conserva sua filosofia inicial. A mudança de perspectiva, conseqüência da familiarização com a história e com os moradores locais, veio naturalmente. Intensificamos, pois, a rede de relações outrora construída, reatando os seus nós e tecendo novos fios. Dessa forma, as nossas atividades em campo intencionaram prover a viabilização de iniciativas coletivas e autônomas a partir das demandas identificadas pela própria comunidade. Assim, priorizamos o contato com grupos mais específicos (professores, pescadores, Cia. de Dança, assentados). Muitas atividades coletivas vêm sendo desenvolvidas (oficinas de capoeira, oficinas de poesia, edição de um jornal local, criação de uma biblioteca comunitária – apoiadas pela Prefeitura de Cachoeira, trabalhos coletivos com o grupo cultural local e outras atividades). Ao longo de quatro anos de convivência, muitas transformações ocorreram, oriundas dessa convivência. Uma delas, por exemplo, foi a fundação do Jornal Regional do Vale do Iguape, O Iguape, financiado, inicialmente, pelo Projeto (os dois primeiros números) e, a partir do terceiro número, assumido pela comunidade, que arrecadou recursos para a impressão – a editoração eletrônica continua a cargo do Projeto. O jornal O Iguape representou uma força de coesão dos grupos humanos em torno de questões de interesse de todos. Também a Biblioteca Pública do Iguape tem a função de fazer convergirem as singularidades locais em prol de um horizonte coletivo. Dessa forma, mantêm-se as idiossincrasias de uma pequena reunião de fios, unidos por razões de afinidades (culturais, políticas, esportivas, econômicas, social etc.), e, simultaneamente, provoca-se alguma reflexão ou desdobramento de ação no sentido da construção da comuniversidade. O Projeto Paraguaçu reside, sobretudo, na busca do estabelecimento de novas possibilidades de relação entre universidade e comunidade, desde que oferece alguns elementos para a reflexão acerca dos planos oficiais para reestruturação da Instituição Pública e, ao mesmo tempo, novos caminhos de desenvolvimento de grupos humanos. A autonomia universitária tem sido colocada, diversas vezes, como sinônimo de “Universidade Empresarial” (venda de serviços), atrelando-se, cada vez mais, a trabalhos de encomenda, com resultados mais ou menos delimitados. Nesse contexto – que configura, sem dúvida, uma crise –, é pertinente uma proposta com esse teor, diferente das formas tradicionais de conhecimento; é significativo, também, do ponto de vista da sobrevivência da instituição, enquanto bem da sociedade brasileira. A natureza deste trabalho tem importância para a Instituição, na medida que cria potencial para a construção de novos processos paradigmáticos para a formação profissional e para produção do conhecimento. Sob o ponto de vista social, no momento que se colocam as questões de cidadania e de desenvolvimento humano, a ênfase passa pelos processos sociais que promovam o surgimento de novas subjetividades, ponto de partida para o desenvolvimento desses grupos, considerando os valores contidos nos seus modos de vida. As vivências do Projeto Paraguaçu nesses três anos (agosto/99 a junho/ 2002) mostraram a complexidade da organização das comunidades: as conversas, as entrevistas, as tentativas de ações conjuntas nos mostraram faces surpreendentes desses grupos humanos, pois a compreensão inicial do seu cotidiano tinha derrubado qualquer mito de coesão comunitária. Os momentos de instabilidade nos fizeram ter a certeza de que a comunidade não é um fio, mas sim o entrecruzamento de uma multiplicidade de fios, constituindo uma verdadeira teia. E o nosso desafio foi o de nos inserirmos nessa grande teia, que dá significado àquilo que chamamos de comunidade – no caso, Santiago do Iguape. A constituição dessa teia de relações contraria as visões ingênuas, carregadas de conceitos Iluministas e lineares, e propõe uma visão multifacetada da história, da cultura e da realidade de cada grupo humano. O exercício de fazer parte dessa complexa teia e, com os outros fios, agregar valor humano, leva-nos a um ponto fundamental que é o da a percepção e da compreensão do ambiente no qual estamos trabalhando, movendo-nos, constituindo e solidificando nossas relações. Aqui, queremos trazer a imagem do entre-lugar – aquele que não é, essencialmente, nem o lugar da Universidade e seu saber, nem o do grupo humano, em questão, e seu saber. Constitui-se numa troca entre eles, configurando um novo lugar, que enriquece ambos, já que passaram a encontrar-se em ressonância e indicam novos caminhos. A busca da construção desses entre-lugares, de novas composições em nossa vivência e convivência com os grupos humanos da comunidade tem sido um exercício constante de dissoluções e negociações – e não de subordinação – entre saberes e discursos. Já alcançamos uma familiaridade que nos permitiu estancar as amplas expectativas em torno da atuação da Universidade. O percurso tem sido novo: há uma mudança de perspectiva, conseqüência dessa familiarização. Dessa forma, as nossas atividades em campo buscaram prover a viabilização de iniciativas coletivas e autônomas, a partir das demandas identificadas pela própria comunidade. Assim, os grupos humanos cujos processos identitários convergiram para uma essência comum incorporaram o espírito do Projeto Paraguaçu e já nos convocam para ações coletivas ressonantes nos entre-lugares. Enquanto processo educativo de construção da “Comuniversidade” requer, de todos, uma aprendizagem contínua nos entre-lugares: idéias de cunho diferente, bem como a gama de material acumulado durante a convivência com esses grupos humanos, ressoaram do modo como esperávamos, apontando novos caminhos para a Universidade. A proposta de continuidade do Projeto, por mais dois anos, agora em outro patamar, decorre do que aprendemos nesses três anos, e possibilitará a constituição da “Comuniversidade”. Essa aprendizagem consistiu em verificar a íntima relação entre as atividades de produção e as expressões culturais dos grupos humanos comunitários, constituindo o todo da teia que expressa o modo de vida da comunidade. Assim, nossa proposta parte da relevância do modo de vida da comunidade e da necessidade da Universidade aprender a vivenciar e compreender essa dinâmica: religiosidade, expressões corporais da dança e da capoeira, prática da música de percussão, bem como atividades produtivas em torno da pesca artesanal, da mariscagem e do dendê – esses elementos formam uma teia que só poderá desenvolver-se como um todo, pois são constitutivos dos modos de vida comunitários.pt_BR
dc.publisher.countryBrasilpt_BR
dc.publisher.initialsUCSALpt_BR
dc.citation.issueVIpt_BR
dc.subject.cnpqSociais e Humanidadespt_BR
dc.subject.cnpqMultidisciplinarpt_BR
Aparece nas coleções:SEMOC - Semana de Mobilização Científica

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