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dc.creatorSaldanha, Bárbara Alessandra Leal-
dc.creatorUCSAL, Universidade Católica do Salvador-
dc.date.accessioned2020-10-21T13:20:51Z-
dc.date.available2020-10-21-
dc.date.available2020-10-21T13:20:51Z-
dc.date.issued2003-10-
dc.identifier.isbn85-88480-18-12-
dc.identifier.issn85-88480-18-12pt_BR
dc.identifier.urihttp://104.156.251.59:8080/jspui/handle/prefix/1913-
dc.languageporpt_BR
dc.publisherUniversidade Católica do Salvadorpt_BR
dc.relation.ispartofSEMOC - Semana de Mobilização Científica- A criança enjeitada em Salvador durante o século XVIIIpt_BR
dc.rightsAcesso Abertopt_BR
dc.subjectCriançapt_BR
dc.subjectSEMOC - Semana de Mobilização Científicapt_BR
dc.titleA criança enjeitada em Salvador durante o século XVIIIpt_BR
dc.title.alternativeSEMOC - Semana de Mobilização Científicapt_BR
dc.typeArtigo de Eventopt_BR
dc.description.resumoConsidero pertinente que o pesquisador, ao desenvolver o estudo de um tema, tenha motivos interiores e exteriores que o impulsionem à investigação. Um dos motivos que me impulsionou para a investigação foi enquanto cursava a disciplina “Leituras” dirigidas para a “Escravidão no Brasil”, ministrada pelo Professor Afonso Florence. Então, tive a possibilidade de conhecer a bibliografia mais específica para o tema, o que me despertou para a questão da criança escrava. Em decorrência disso, no final do curso de Graduação em História da Universidade Católica do Salvador, houve a produção da monografia de conclusão de curso intitulada: “A criança escrava em Salvador (1850- 1875)”, orientada pela professora Maria José de Souza Andrade. No desenvolvimento da referida monografia pude perceber, entre outros aspectos, a questão do abandono de crianças, tendo sido possível a observação de que o abandono não era um problema que atingia só a criança escrava e, por isso, era preciso conhecer mais as crianças desvalidas de Salvador. A partir daí me senti impulsionada a conhecer a criança enjeitada em Salvador no século XVIII, época em que as autoridades perceberam a necessidade de se criar uma roda de expostos para acolhê-las. A Câmara Municipal (que era a instituição oficial responsável pelo cuidado dessas crianças) não estava dando conta de realizar sozinha a assistência social dessa fatia tão representativa da sociedade. Um outro motivo de meu tema de pesquisa é a observação que faço cotidianamente, ao transitar pelas vias públicas de Salvador, das inúmeras crianças abandonadas ou que “vivem nas ruas”, sem a devida assistência da família ou dos poderes públicos. Neste trabalho, pretendo discutir a situação da criança enjeitada em Salvador no século XVIII. O meu enfoque prende-se à discussão dos conceitos de “enjeitado” e “exposto”, análise da condição dos enjeitados, as limitações impostas pela sociedade à vida destas crianças, e as estratégias empreendidas pelas famílias e instituições públicas, religiosas e leigas para fazê-las sobreviverem em condições tão adversas. Considerando-se que a criança pobre na Bahia e em Salvador constituía-se, no século XVIII, em um grave problema social, e observando-se que, atualmente, o problema persiste inalterado ou ampliado, estou certa de que analisar esse grupo no século XVIII ajudará a compreender, talvez, uma das mais graves questões enfrentadas pela sociedade atual. Durante o século XVIII em Salvador, muitas eram as crianças abandonadas nas ruas, ainda muito pequenas. As crianças eram deixadas em portas de igrejas, conventos, residências, terrenos baldios, nas ruas ou jogadas em rios e praias. A situação tornou-se tão grave que, em 1726, a Santa Casa da Misericórdia instituiu uma Roda de Expostos com o objetivo de amparar esses abandonados. A municipalidade, as ordens religiosas e as irmandades caritativas assumiram sempre a responsabilidade de criar bebês abandonados. Ela dividia essa atividade com a Câmara Municipal, e esse serviço funcionava como uma obra de caridade da instituição, não como uma atividade oficial. Sabe-se que nesse período a Misericórdia vivia séria crise, embora interesses diversos tivessem levado os dirigentes da instituição a aceitarem mais essa tarefa. Este é um dos problemas que pretendo investigar. Além disso, pretendo identificar se essas crianças enjeitadas eram filhos legítimos, ilegítimos, negros, brancos ou mestiços. Creio também que, a partir da cor e dos bens pertencentes (enxovais, jóias) que acompanhavam essas crianças enjeitadas, poderei saber de que camadas sociais elas procediam; por quanto tempo durava a proteção dos enjeitados assumida pela Câmara e pela Misericórdia; qual a relação entre a Misericórdia e as amas-de-leite. No século XVIII, Salvador tinha o porto mais movimentado do Atlântico Sul, que exportava, entre outros produtos, principalmente açúcar e fumo. A cidade havia se tornado importante praça comercial e era um centro do tráfico de escravos. É nesta época que o crescimento da população se acelera, e a cidade passa a desenvolver atividades comerciais mais intensas com regiões vizinhas e outras capitanias. A partir de 1751 o desemprego cresce, pois era difícil um trabalhador livre conseguir emprego em uma sociedade escravista e, sendo assim, uma camada de homens livres e pobres foi se tornando mais numerosa. Esse deve ter sido um dos motivos, entre tantos outros, que resultou no abandono de crianças nas ruas de Salvador. Segundo Marcílio (1998), o ato de expor os filhos foi introduzido no Brasil pelos brancos europeus. A autora explica que o índio não abandonava os próprios filhos. Foi também da Europa que vieram as instituições, as leis, as experiências, as políticas públicas de assistência e de proteção à infância abandonada. O Brasil esteve ligado aos modelos de fora, inicialmente de Portugal, o qual adotara os modelos, principalmente da Itália e da França, países estes pioneiros na assistência à infância sem-família, no Antigo Regime europeu e no século XIX. Marcílio (998) estabeleceu uma classificação e uma cronologia de três fases da assistência à infância desamparada: primeira, a assistência caritativa, que é a que nos interessa, em que, primeiramente, atuou a caridade individual – ou seja, o indivíduo recolhia as crianças que ia encontrando expostas e as criava em sua casa, auxiliado pela assistência da Câmara Municipal, como mandavam as leis do Reino. A partir do século XVIII, a Coroa deu, finalmente, permissão para a criação das primeiras instituições de amparo à criança exposta, como as Rodas de Expostos e os Recolhimentos de meninas pobres, que seguiram o modelo dos abrigos da Misericórdia de Lisboa (MARCÍLIO, 1998). A segunda fase foi a da assistência filantrópica, já em meados do século XIX, e a terceira já nos anos de 1960, a de Estado do Bem-Estar Social (MARCÍLIO, 1998).pt_BR
dc.publisher.countryBrasilpt_BR
dc.publisher.initialsUCSALpt_BR
dc.citation.issueVIpt_BR
dc.subject.cnpqSociais e Humanidadespt_BR
dc.subject.cnpqMultidisciplinarpt_BR
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