Silva, Maria Madalena LimaRabinovich, Elaine Pedreira (Orient.)Souza, Cinthia Barreto Santos (Coorient.)2024-10-252024-10-252024-03-26https://ri.ucsal.br/handle/123456789/5081O objetivo principal desta pesquisa consistiu em saber como eu, na condição de tia de uma família afrodescendente coletivista, influenciei o desenvolvimento educacional de meus sobrinhos e demais familiares. Além disso, busquei compreender a ancestralidade familiar, explorando os valores e a cultura de uma família afrodescendente baiana, cuja origem foi a bisavó, uma ex-escravizada. O estudo também teve como propósito descrever os diversos territórios ou espaços ocupados pelos integrantes dessa família, fornecendo o contexto e explorando suas interrelações simbólicas e afetivas. Ao mesmo tempo, caracterizei os papéis desempenhados pelas tias na família, objeto de estudo. Nesta pesquisa adotei a abordagem da autoetnografia (ELLIS, 2004), partindo do meu relato memorialístico e ampliando para narrativas fornecidas por duas tias e uma prima. Explorei os espaços e o tempo vividos em estreita conexão com a cultura, economia, hábitos, costumes e o panorama político da época. Para contextualizar essas narrativas, apresentei um panorama da cidade de origem da família da ex-escrava e sua posterior mudança para a cidade de Salvador-Bahia. Essa contextualização é crucial, pois responde, ainda que parcialmente, à indagação: "De onde eu vim?". Assim, compartilho tudo o que a memória me permitiu acessar da minha infância. Em seguida, obedecendo à linha temporal, narro minha adolescência e, continuando esse fluxo, exponho minha vida adulta e o processo de envelhecimento no qual me encontro hoje, aos sessenta e seis anos de idade. A abordagem teórica principal aqui adotada baseou-se nos estudos sociológicos de gênero, raça e etnia de escritoras e escritores afrodescendentes, bem como na perspectiva freireana sobre educação no sentido de promotora da liberdade. A metodologia do estudo compreendeu-se de uma abordagem qualitativa narrativa, evidenciando a história oral e de cunho autoetnográfico. Nas análises, busquei dialogar com diversas/os autoras e autoras os quais permitiram inferir que os membros das famílias se envolvem pessoalmente, vivenciando a realização do projeto de vida dos seus filhos e sobrinhos, atualizando e reatualizando as práticas ancestrais de origem africana. Também foi possível o entendimento de que a inserção produtiva do conjunto dos membros familiares não pode ser separada dos papéis sociais que esses membros desempenham, ou seja, do trabalho da tia, centralizadora nessa família. Desse modo, essa tia somente pode se constituir nessa relação, enquanto ser dotado de poder econômico e psicossocial.ptEmpoderamentoResiliênciaFamília afrodescendenteAutoetnografiaConstruindo caminhos: empoderamento, educação e resiliência na jornada de uma tia afrodescendente na família extensaTese