Santos, Leila Rocha MedradoSilva, Antonio Carlos da (Orient.)2025-04-292025-04-292021https://ri.ucsal.br/handle/123456789/5532Esta tese é uma contribuição à crítica da sociedade brasileira patriarcal e proposição de uma solução de combate às violências contra mulheres possibilitando a cura de relações abusivas e encorajando o rompimento do ciclo de violência através da força aglutinadora das mulheres vivenciada na sororidade, resgatando e ressignificando o gossip. Construiu-se a pesquisa a partir da história de vida de uma mulher (in)comum e (in)diferenciada, uma matemática, a prof.a Nilza Rocha Medrado Santos, que superou inúmeras dificuldades e tornou-se referência, como pessoa e como profissional, para muitas outras mulheres, formando uma rede de ajuda entre elas, uma irmandade em um exercício real de sororidade. Esta tese foi desenvolvida analisando e interpretando a dinâmica da vida cotidiana desta divisão entre a esfera privada (a “mulher” dona de casa) e a esfera pública (a “mulher professora” do Instituto de Matemática da Universidade Federal da Bahia), para conhecer e compreender as “mulheres-cientistas” que habitam um mundo no qual os ditames são masculinos e a lógica da sobrevivência do mais apto prevalece. Dada à impossibilidade de entrevistá-la, pois não se encontra mais entre nós, contou-se sua história por meio de depoimentos e entrevistas com pessoas que a conheceram e assim se dispuseram a relatar o impacto que essa mulher teve na vida delas e de outras mulheres, além de registros documentais. Apresenta-se a realidade de violência e precariedade vigente em uma sociedade brasileira marcada pelo poder, dominação e iniquidade com relação à diversidade de gênero, raça, etnia, classe social e territorialidade para em seguida irmos costurando esse tempo vivo de memórias, saberes e lições de mulheres que conseguiram romper com preconceitos da época e suprimir o ciclo de violência. A proposição é aprender, com seus exemplos, superar a violência através da sororidade assim projetando-se para além delas em um “novo modelo” a partir e através da visibilidade e não apagamento da memória histórica dessas mulheres que nos antecederam na resistência e luta “por direitos a ter direitos”. Compreender a (im)possibilidade do “Ser” mulher, enquanto “sujeito de direito”, é a confirmação da falácia da igualdade democrática em um sistema que preza pelo insaciável processo de mercantilização de todos os aspectos da Vida. Portanto, amplia a condição de corpos femininos em contínua precariedade, alienação de políticas públicas e sujeição cotidiana à violência – pois exclui o feminino do espaço político ao estabelecer limites à reprodução. Neste contexto, o nosso objetivo foi compreender a cultura de violência contra as mulheres para pensar instrumentos que façam frente às múltiplas violências e à letalidade do machismo, uma vez que a produção legislativa e de políticas públicas somente não tem conseguido sanar.ptMulherSororidadeViolênciaResistênciaProfessora Nilza RochaElas e eu – pedacinhos de mim: a importância da sororidade como resgate do gossip para combate às violênciasTese