Laboratório de cultura material africana e afro-brasileira: experiências e relatos do semestre 2002.2

dc.citation.issueVIpt_BR
dc.creatorLima, Paulo José Nascimento
dc.creatorAbdalla, Valéria Regina
dc.creatorUCSAL, Universidade Católica do Salvador
dc.date.accessioned2020-10-27T12:21:48Z
dc.date.available2020-10-27
dc.date.available2020-10-27T12:21:48Z
dc.date.issued2003-10
dc.description.resumoA disciplina Laboratório de Cultura Material Africana e Afro-Brasileira pertence ao Curso de Museologia da UFBA. E como define a sua ementa, visa dar “noções de cultura material africana e afro-brasileira e suas formas de manifestação e expressão”. Sua necessidade, na referida graduação, nasce da “fome” em desenvolver um estudo mais dirigido sobre a presença e permanência da cultura africana na cultura brasileira. Consiste em atividades que versam sobre arte e processos culturais, preservação e afirmação deste conteúdo sempre permeado pelo “olhar” técnico museológico, o que ratifica sua relevância no contexto da Universidade e do Curso. Sob a orientação da Professora Dra. Joseania Miranda Freitas e a partir das aulas expositivas, palestras, visitas técnicas, referencial teórico, anotações pessoais, pesquisas extras e postura crítica, foi disponibilizado à equipe um riquíssimo aporte para a construção e articulação do presente relato. Nossa primeira experiência na disciplina foi uma dinâmica de grupo que objetivou verificar até que ponto a classe conhecia o continente africano. Foi um simples exercício no qual tivemos que elencar nomes de países e cidades da África e grupos étnicos trazidos para o Brasil, apontando ainda as principais características da arte africana. O resultado foi um tanto surpreendente, concluímos que não sabíamos o suficiente sobre a África, ou não tanto quanto julgávamos conhecer. A partir de então, tornamo-nos estudantes “famintos e vorazes” e enveredamos por uma análise mais aprofundada e sem idéias preconcebidas acerca das africanidades. As palestras permitiram diálogos com autores de textos que nos serviram de referencial bibliográfico. E as atividades, embora nem sempre tivessem relação aparente com a disciplina, nos forneceram diversos pontos de vista, algumas vezes conflitantes, que pautaram questões como multirreferencialidade, desigualdade social e tecnológica, e problemas de aceitação no mercado profissional, como vimos no Colóquio Internacional Construção de Saberes, Construção de Práticas de (In) formação Profissional, evento promovido pela FACED/UFBA. Esses temas foram importantes para nos esclarecer a respeito da necessidade de uma maior interdisciplinaridade entre as ciências e uma maior associação ao contexto com o qual lidamos, como pudemos verificar na palestra do Professor Dr. Jacques Ardoino, da Universidade Paris VIII, que tratou de “Cultura e multirreferencialidade”. Ardoino destaca a importância do que se produz, e não sua fonte, inspiração, origem; o importante não é o que o professor diz, mas o que o aluno fará depois. Na sua visão, no mundo técnico e econômico é importante entender que as informações são ligadas à Antropologia e que a noção de cultura é mais circular e global, mais plural e, talvez, contraditória: não são as coisas que mudam, mas o olhar que damos a elas – assim é que conseguimos transformar o mundo. Ainda, adverte para que a nossa epistemologia é muito cartesiana, e os enunciados científicos são os mesmos, não importa onde e como. O que vai estabelecer o diferencial é o contexto em que eles serão inseridos, considerando a compreensão das “multirreferencialidades” de cada país, grupo ou região. Deste modo, são necessárias competências próprias a cada disciplina, sendo essencial entender que não podemos abarcar todo o conhecimento existente, contudo devemos ter noções das disciplinas fronteiriças à nossa. Não podemos saber tudo, mas se não procurarmos esse “saber poliglota”, não conseguiremos usar bem a “máquina” do conhecimento (a internet se encaixa neste quadro). Em contraposição a Ardoino, detentor de um saber acadêmico e institucionalizado, saindo do âmbito do Colóquio, pudemos dialogar com a Professora Vanda Machado, Doutoranda em Educação, que nos falou de “Cultura popular e afro-brasilidade”; da origem da feijoada nos terreiros e daquela oferecida nas comunidades após um mutirão para construção de uma casa, a título de confraternização; relata também sobre o orixá Ogum e sua “flexibilidade” escondida por traz de sua aparência rígida. Contrapõe, ainda, a visita técnica ao Terreiro Oxumaré, na Av. Vasco da Gama, em Salvador, momento que nos proporcionou um contato direto com a religião afro-brasileira, seus costumes, história e conceitos – todos passados pela oralidade e tradição, nem por isso menos relevantes. Ali descobrimos a luta da comunidade por sua afirmação na sociedade e a responsabilidade que envolve o candomblé. Entretanto, reportando-nos ao mesmo Colóquio, a Professora Dra. Vanilda Paiva apontou a necessidade da consciência acerca da “nova era capitalista”, suas implicações no campo educacional e profissional e a necessidade de constante requalificação; além do processo de transplantação cultural que faz as culturas mudarem no local para onde migraram e se modificarem ao mesmo tempo no sítio de origem. Porém, conclui sua palestra afirmando que “esse país é a maior democracia racial do mundo”. Esta afirmação entra em total contraste com o quadro apresentado pela própria palestrante e com o que nos foi passado pelo Professor Antônio Cosme.pt_BR
dc.identifier.isbn85-88480-18-12
dc.identifier.issn85-88480-18-12pt_BR
dc.identifier.urihttps://ri.ucsal.br/handle/prefix/1997
dc.languageporpt_BR
dc.publisherUniversidade Católica do Salvadorpt_BR
dc.publisher.countryBrasilpt_BR
dc.publisher.initialsUCSALpt_BR
dc.relation.ispartofSEMOC - Semana de Mobilização Científica- Laboratório de cultura material africana e afro-brasileira: experiências e relatos do semestre 2002.2pt_BR
dc.rightsAcesso Abertopt_BR
dc.subjectCulturapt_BR
dc.subjectSEMOC - Semana de Mobilização Científicapt_BR
dc.subject.cnpqSociais e Humanidadespt_BR
dc.subject.cnpqMultidisciplinarpt_BR
dc.titleLaboratório de cultura material africana e afro-brasileira: experiências e relatos do semestre 2002.2pt_BR
dc.title.alternativeSEMOC - Semana de Mobilização Científicapt_BR
dc.typeArtigo de Eventopt_BR

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