Alfabetização infantil: análise dos processos metodológicos utilizados nas primeiras séries do ensino fundamental na rede regular de ensino do município de Vitória da Conquista-Ba
dc.citation.issue | VI | pt_BR |
dc.creator | Silva, Joventino dos Santos | |
dc.creator | UCSAL, Universidade Católica do Salvador | |
dc.date.accessioned | 2020-10-26T18:49:42Z | |
dc.date.available | 2020-10-26 | |
dc.date.available | 2020-10-26T18:49:42Z | |
dc.date.issued | 2003-10 | |
dc.description.resumo | Nas últimas décadas, os debates sobre o processo de aquisição do conhecimento têm ganhado um espaço satisfatório no cenário educacional. Por isso, observam-se mudanças significativas na maneira de conceber a alfabetização. Segundo a enciclopédia Encarta (2001), a alfabetização é “[...] considerada em geral como a capacidade de ler e escrever com certo grau de habilitação. Com maior precisão, pode ser definida como uma capacidade técnica de decodificar signos escritos ou impressos, símbolos ou letras, que formam palavras”. No entanto, esse conceito de alfabetização nos remete ao modelo tradicional que considera a alfabetização ou escrita como um simples reflexo da linguagem oral. Ou seja, a escrita é concebida como uma mera representação da fala; algo mecânico e estático. De acordo com Leite (2001), esse modelo tradicional tem recebido inúmeras críticas desde a década de 60, quando os países desenvolvidos detectaram a condição do analfabetismo funcional. Neste momento, considerava-se uma parcela da população que passou pelo processo de escolarização, em contato com o código escrito. Depois de certo tempo, não mais se utilizava a leitura e a escrita como instrumentos de inserção social e desenvolvimento da cidadania. O autor ainda afirma que, nas décadas de 70 e 80, foram realizadas várias pesquisas – as quais apontaram a necessidade de novas formas e/ou modelos de alfabetização para atender uma nova demanda da sociedade – cujo objetivo era formação da alfabetização para o pleno exercício da cidadania de forma autônoma. Observa-se, ainda hoje, que a realidade educacional brasileira, principalmente no Nordeste, passa por muitas dificuldades. Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – INEP (2003), o nível de leitura da maioria dos alunos brasileiros é “crítico”: os dados ainda apontam o Estado da Bahia com o maior número de analfabetos, cerca de 2.057.907; no Nordeste o estágio de construção de competências pelos alunos da 4ª série, no que se refere à língua portuguesa, indica 33,42% dos estudantes com a classificação “muito crítico”, que se mostra a taxa mais elevada entre os estados brasileiros. Ainda reforçam esses dados inúmeros relatos de colegas professores, que consistem na afirmação de que uma boa parte de seus alunos das últimas séries da primeira metade do Ensino Fundamental não está preparada o suficiente no que se refere ao processo de aquisição da escrita e da leitura. Em relação ao nível de leitura os dados do INEP (2003), ainda, indicam que os estudantes classificados com desempenho “adequado” à série que pertencem, 65% de seus professores já concluíram o curso superior; já em relação aos discentes que obtiveram a classificação de desempenho “muito crítico”, 58% de seus docentes têm, no máximo, oito anos de escolaridade. De acordo Sipavicios (1987), as crianças de classes mais elevadas encontram, no bojo da escola de prestígio e de suas famílias, condições necessárias de incentivo e compensação, que suprem as eventuais deficiências da escola. Já as crianças mais pobres, com baixo nível de escolaridade, não contam com esses recursos. Sua aprendizagem escolar depende, exclusivamente, da escola. Assim, a qualidade da mesma quanto aos recursos em geral de que dispõe, e, sobretudo, a qualidade, eficiência e dedicação do seu corpo docente e de funcionários é que vão determinar o grau de sucesso ou insucesso das crianças. A partir dos dados demonstrados, juntamente com a afirmação de Sipavicios, percebemos a importância de refletir-se sobre o processo de alfabetização de nosso País e, primordialmente, de nosso estado, já que os números demonstram que as escolas estão fracassando. Por isso, se faz necessário analisar como está se dando o processo da alfabetização, principalmente nas séries iniciais do Ensino Fundamental. Devido a isto, buscamos verificar as concepções metodológicas adotadas pelos profissionais da educação na tentativa de compreendermos melhor quais são suas implicações no desenvolvimento educacional das crianças envolvidas. Em relação às concepções que norteiam as metodologias, se destacam duas, que são opostas. A primeira se sustenta no empirismo; a segunda no construtivismo. De acordo Weiz (2000, p. 57), na “[...] concepção empirista o conhecimento está fora do sujeito”; a aprendizagem é tudo aquilo que o indivíduo absorve sob influência do meio, através dos órgãos dos sentidos pela experiência (algo que se dá de fora para dentro). O ensino é um processo de condicionamento por meio do uso de estímulo e resposta. Um exemplo disso se encontra no método cartilhado, que concebe o processo de alfabetização a partir da memorização de regras pré estabelecidas e da repetição de pequenas frases soltas, fora do contexto real dos envolvidos. Nesse processo, segundo Zabala (1998), as matérias são privilegiadas e em sua aprendizagem a criança é vista como mero receptor do conhecimento. Segundo Leite (2001), tal concepção consiste na preocupação em promover a aprendizagem a partir de determinada metodologia que proporcione ao aluno o domínio do código e, posteriormente, venha a utilizá-lo. Tal concepção resultará a formação de sujeitos passivos, que não intervêm na dinâmica sócio-política em que se encontram inseridos. Já o construtivismo é uma forma diferente de conceber o processo de aprendizagem. Com base em Weiz (2000), essa teoria concebe a aprendizagem enquanto tudo aquilo que o indivíduo absorve sob influência do meio, pela experiência, junto as suas faculdades preexistentes. De forma recíproca o racional age com a experiência, um ampliando o outro ou dando suporte para que haja a aprendizagem. Nesse processo, a alfabetização se dá com a interação do sujeito do conhecimento (a criança), e seu contato com os novos objetos do conhecimento (as representações lingüísticas). O indivíduo não é considerado como mero receptor de estímulos em busca de determinadas respostas. É levado em consideração todo o conhecimento que ele traz consigo num processo de equilíbriodesequilíbrio- equilíbrio contínuo. Portanto, nesta concepção, o (a) professor (a) atua como mediador. Assim a metodologia se volta para a questão que busca compreender o desenvolvimento da alfabetização como um processo socialmente construído, e não como mera aquisição de uma técnica de transcrição. Conseqüentemente dá-se mais ênfase às especificidades formativas da criança, percebendo-a como sujeito histórico do processo. Com base no construtivismo, e de acordo Leite (2001), as práticas sociais de leitura e escrita constituem-se como uma condição necessária para o pleno exercício da cidadania. Nesta concepção, a família e a escola têm um papel fundamental por constituírem-se como espaços privilegiados para a ocorrência do processo de mediação, em que se trabalha a educação e principalmente a alfabetização das crianças. Com base nessa evolução sócio-histórica – que enfatiza as concepções voltadas para a aquisição da escrita e da leitura ou alfabetização – é que apontamos como objeto de pesquisa: “Os Processos Metodológicos da Alfabetização Infantil”. Com isso, buscou-se responder à seguinte questão de pesquisa: “[...]. Quais os processos metodológicos e instrumentos utilizados na alfabetização infantil na rede regular de ensino do município de Vitória da Conquista-BA, e quais suas implicações no processo formativo das crianças envolvidas?”. | pt_BR |
dc.identifier.isbn | 85-88480-18-12 | |
dc.identifier.issn | 85-88480-18-12 | pt_BR |
dc.identifier.uri | https://ri.ucsal.br/handle/prefix/1985 | |
dc.language | por | pt_BR |
dc.publisher | Universidade Católica do Salvador | pt_BR |
dc.publisher.country | Brasil | pt_BR |
dc.publisher.initials | UCSAL | pt_BR |
dc.relation.ispartof | Alfabetização infantil: análise dos processos metodológicos utilizados nas primeiras séries do ensino fundamental na rede regular de ensino do município de Vitória da Conquista-Ba | pt_BR |
dc.rights | Acesso Aberto | pt_BR |
dc.subject | Alfabetização | pt_BR |
dc.subject | SEMOC - Semana de Mobilização Científica | pt_BR |
dc.subject.cnpq | Sociais e Humanidades | pt_BR |
dc.subject.cnpq | Multidisciplinar | pt_BR |
dc.title | Alfabetização infantil: análise dos processos metodológicos utilizados nas primeiras séries do ensino fundamental na rede regular de ensino do município de Vitória da Conquista-Ba | pt_BR |
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dc.type | Artigo de Evento | pt_BR |
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