O modelo de educação profissional da FUNDAC no programa de atendimento a meninos e meninas "em situação de rua"

dc.citation.issueVIpt_BR
dc.creatorPereira, Antonio
dc.creatorUCSAL, Universidade Católica do Salvador
dc.date.accessioned2020-11-24T18:00:35Z
dc.date.available2020-11-24
dc.date.available2020-11-24T18:00:35Z
dc.date.issued2003-10
dc.description.resumoA origem desta pesquisa se deve às preocupações do pesquisador com a formação profissional dos adolescentes “em situação de risco social e pessoal”. Estas preocupações apontam ara a necessidade de compreender o modelo de formação profissional da FUNDAC (Fundação da Criança e do Adolescente), no Programa de Atendimento a Meninos e Meninas “em situação de rua”, a partir das práticas pedagógicas profissionais dessa instituição. Descrever essas práticas é verificar se as novas determinações no mundo produtivo, em termos de qualificação, estão sendo concretizadas também para os adolescentes “em situação de rua” 3. A FUNDAC (Fundação da Criança e do Adolescente) é um órgão do Governo do Estado da Bahia, ligada à SETRAS (Secretaria do Trabalho e Ação Social) que, em conjunto, criaram, em 1995, o Programa Ação Criança, de atendimento a meninos e meninas “em situação de rua”, com o objetivo de apresentar e executar propostas concretas que possam reverter a situação de meninos e meninas que cada vez mais buscam nas ruas de Salvador alternativas de sobrevivência. (BAHIA, 1995). Dentre os programas para atender às crianças e adolescentes “em situação de rua” temos o de Iniciação Profissional e Mercado de Trabalho, que foi o objeto desta investigação. Tal Projeto de Iniciação Profissional objetiva instrumentalizar esses adolescentes com uma profissão, para inserilos no mercado de trabalho. Este projeto está aliado ao de Articulação e Apoio às Ações da Sociedade Civil, que são as parcerias que a FUNDAC realiza neste projeto para conseguir profissionalizar os adolescentes. Utilizamos o estudo de caso enquanto método de investigação, e os aportes teóricos foram os da Sociologia do Trabalho, Trabalho e Educação concernente ao (novo?) tipo de educação profissional exigido, pela (nova?) produtividade para a classe dos trabalhadores. Como sabemos, o objetivo da educação para o trabalhador e filhos destes no modo de produção capitalista é incrementar a mais-valia, se não fosse assim não teria sentido Henry Ford introduzir em sua fábrica de carros os princípios de Taylor de divisão do trabalho entre os administradores e operários do chão da fábrica, representando, assim, a Segunda Revolução Industrial. Com a Terceira Revolução Industrial, que se baseia na microeletrônica, também é objetivada a lucratividade do sistema capitalista a partir, dentre outras coisas, de uma nova educação para o trabalhador, chamado de polivalente. Exige-se que este tenha um maior conhecimento, experiência, capacidade de lidar com as novas tecnologias, bem como fazer trabalho em grupo e executar diversas tarefas de organização e de comunicação (MACHADO, 1992), como forma de concretizar a poliatividade (fabricação, manutenção, gestão etc.) na fábrica (BIHR, 1998). Outros atributos são exigidos como competência a longo prazo, capacidade de raciocínio lógico, de armazenamento de informações, de criatividade e autonomia (PAIVA, 1989). Esta educação deve ter como pressuposto básico o saber aprender sempre. Além disso, essa nova educação para o trabalhador deve permitir a aquisição de diferentes "[...] habilidades e repertórios profissionais [...]" (SALERNO, 1994, p. 60), que visem à integração do trabalhador no processo produtivo, ou seja, acessar-lhe conhecimento e outras condições materiais suficientes para a empregabilidade. É assim que estão sendo colocados os novos desafios para o trabalhador e para a educação, pois agora não basta que o trabalhador tenha apenas uma especialização, mas que ele possua competências qualitativas e quantitativas para exercer multitarefas na empresa. Embora seja preciso afirmar que este movimento não seja homogêneo em todos os setores da produção, pois ainda encontramos empresas no modelo fordista, outras vêm se adaptando e, mesmo, algumas funcionam totalmente nos modelos flexíveis de produção. O trabalhador de novo tipo, em tese, não mais executa trabalhos braçais e repetitivos (pois estes ficam a cargo dos robôs), mas passa a coordenar, em cooperação mútua com os outros, a automação. Esse tipo de educação para o trabalho reduz o número necessário de trabalhadores na fábrica, aumentando então a lucratividade do sistema, já que ocorre a dispensa de uma boa parte dos trabalhadores que irão pertencer ao grupo de desempregados e, talvez posteriormente, aos de trabalhadores que exercem atividades precarizadas (PEREIRA, 1999, 2000). É por isso que educação para o trabalhador, agora mais do que nunca, assume condição sine qua non no atual mundo produtivo, pois as mudanças econômicas, tecnológicas e organizacionais que vêm ocorrendo na sociedade contemporânea nos anos 90, indicam uma certa crença na centralidade da qualificação real e intelectual, ao impor para os indivíduos uma urgente necessidade de aquisição de novos saberes e o desenvolvimento de novas competências (cognitivas, manuais) e capacidades (adaptação, criatividade, etc.), como pré-requisito imprescindível para a operacionalização de complexas máquinas no processo de trabalho (PAIVA, 1995). Esse tipo qualificação foi referendado, no Brasil, pela LDB 9394/96 e pelo Decreto 2.208/97, sendo que o Parecer 17/97 do Conselho Nacional de Educação sistematiza as diretrizes curriculares dessa educação, baseando-as no modelo de competências. A adoção desse modelo constitui, segundo tal parecer, "um instrumento para a democratização da educação profissional, em todos os seus níveis. Abre possibilidade de qualificar inicial e seqüencial, bem como de requalificare atualização de trabalhadores, empregados ou não”. (BRASIL, 1997, p. 2-3).pt_BR
dc.identifier.isbn85-88480-18-12
dc.identifier.issn85-88480-18-12pt_BR
dc.identifier.urihttps://ri.ucsal.br/handle/prefix/2340
dc.languageporpt_BR
dc.publisherUniversidade Católica do Salvadorpt_BR
dc.publisher.countryBrasilpt_BR
dc.publisher.initialsUCSALpt_BR
dc.relation.ispartofSEMOC - Semana de Mobilização Científica- O modelo de educação profissional da FUNDAC no programa de atendimento a meninos e meninas "em situação de rua"pt_BR
dc.rightsAcesso Abertopt_BR
dc.subjectEducaçãopt_BR
dc.subjectSEMOC - Semana de Mobilização Científicapt_BR
dc.subject.cnpqSociais e Humanidadespt_BR
dc.subject.cnpqMultidisciplinarpt_BR
dc.titleO modelo de educação profissional da FUNDAC no programa de atendimento a meninos e meninas "em situação de rua"pt_BR
dc.title.alternativeSEMOC - Semana de Mobilização Científicapt_BR
dc.typeArtigo de Eventopt_BR

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