Educação ambiental em São Felipe/Ba: percepção, representação e prática dos Professores/Educadores

dc.citation.issueVIpt_BR
dc.creatorSilva, Valdeci Souza
dc.creatorUCSAL, Universidade Católica do Salvador
dc.date.accessioned2020-10-02T12:46:47Z
dc.date.available2020-10-02
dc.date.available2020-10-02T12:46:47Z
dc.date.issued2003-10
dc.description.resumoVivemos num mundo imediatista e dominado pelo capital, no qual a produção é a prioridade principal, independente do dano que possa causar ao meio ambiente e, por extensão, à própria sociedade. Em busca do progresso econômico, a humanidade, de um modo geral, agride e destrói o seu meio ambiente num ritmo crescente. Esse acelerado modo de exploração dos recursos naturais e até da própria humanidade reflete a maneira cruel e insensata do modelo de desenvolvimento adotado por quase todos os países no mundo, interferindo não só no setor econômico, mas também nos setores social, político, cultural e ambiental. Nesse contexto, observa-se a necessidade de repensar o modo como acontece esse crescimento, o desenvolvimento real que produz, como é tratado o meio ambiente, quem é beneficiado ou prejudicado com esse processo e qual a responsabilidade de cada um de nós como membro produtor e consumidor nesse sistema. A análise do mundo moderno revela uma série de desafios decorrentes do processo de globalização vigente, das inovações técnicas e científicas e da apropriação da natureza pela sociedade. O ser humano, portanto, precisa compreender que toda atitude e ação empreendida no meio ambiente, será responsável pelo "comprometimento" do seu próprio futuro e dos demais seres vivos. Este trabalho partiu do pressuposto de que a Educação Ambiental é uma grande possibilidade de obter-se uma relação mais responsável e inteligente com o meio ambiente. É uma necessidade e uma alternativa para a garantia de um ambiente sustentável para as gerações atuais e futuras. Também é uma reflexão sobre a importância da percepção ambiental do educador e as representações efetivadas nas práticas pedagógicas cotidianas; o seu papel como facilitador, formador e orientador no desenvolvimento de habilidades e competências nos alunos, e as possíveis causas que levam os educadores a trabalharem, ou não, de forma direta ou mesmo indireta com a problemática ambiental. Trata-se de um estudo de caso sobre a percepção ambiental dos educadores da rede pública do município de São Felipe-Ba, atuantes nas séries finais do Ensino Fundamental (5ª à 8ª) e Ensino Médio. A escolha dos sujeitos (professores) para estudo se deu, principalmente, por acreditarmos que só por meio da educação poderemos mudar ou consolidar atitudes, concepções, valores e conceitos. Sendo os educadores agentes formadores, necessitam, primeiro, conhecer e desenvolver a sua própria percepção ambiental para depois, então, poderem trabalhar com as questões ambientais de maneira concreta no seu cotidiano, pois é no exercício pedagógico que são representados ou externalizados os seus conceitos, valores e visão de mundo e de meio ambiente que serão observados e posteriormente construídos ou reproduzidos. Por isso, a responsabilidade e compromisso do professor ao efetivar uma prática pedagógica realmente ambiental torna-se fundamental. O objetivo principal desse estudo se constitui na análise da percepção ambiental do educador e respectivas representações. Secundariamente, revela a importância do trabalho coletivo, interdisciplinar ou multidisciplinar no trato das questões ambientais; a responsabilidade dos professores na realização de atividades que promovam a participação, o desenvolvimento de atitudes e/ou mudanças de valores, indispensáveis para a melhoria da qualidade ambiental ou de vida da população e a possibilidade de implantar a Educação Ambiental nos programas de todas as disciplinas. A Educação Ambiental é um duplo desafio, pois é um saber que abrange as várias áreas do conhecimento, provocando mudanças de paradigmas, valores e atitudes. Ela se concretiza a partir de ações empreendidas no cotidiano da vida escolar, pessoal e das práticas sociais de cada um. Portanto, a escola, o governo e a sociedade, na figura de seus representantes, precisam criar projetos ou programas que viabilizem essas mudanças reais de comportamento, postura e concepção, produzindo não apenas um discurso de Educação Ambiental, mas, realmente a sua prática. A metodologia de investigação seguiu o método hipotético-dedutivo, numa pesquisa empírica distribuída em duas etapas. Do número total de oitenta (80) professores em atividade nas três escolas, foram pesquisados sessenta e seis (66) indivíduos. Esses sessenta e seis educadores foram escolhidos aleatoriamente e agrupados por escola, denominadas aqui de escola A, B e C. Na primeira fase da pesquisa foi aplicado a cada professor um questionário que apresentava vinte questões (abertas e fechadas). A escolha por este tipo de questionário aconteceu pela necessidade de obter-se um resultado mais específico e preciso no que diz respeito à ação, opinião e intenção do professor em relação ao meio ambiente, à prática pedagógica e à educação ambiental. Na segunda etapa da pesquisa, utilizamos o método de entrevistas semi-estruturadas, com o objetivo de coletar dados qualitativos que poderiam passar despercebidos apenas utilizando o questionário como fonte de informação. As entrevistas foram realizadas com alguns elementos escolhidos por agrupamento (escolas) dentro do universo de sessenta e seis indivíduos que compunham a amostra quantitativa. Vale ressaltar que as observações estavam presentes em todas as fases da investigação. Constatamos que a percepção ambiental dos educadores investigados é muito restrita. Foi observado que a maioria desses professores não têm a noção exata do que seria o meio ambiente. Nas suas representações o meio ambiente não possui abrangência, já que não aparece definido na sua totalidade. Esse fato foi confirmado nos conceitos de meio ambiente, elaborados pelos professores e nos elementos que citaram como parte de seu meio. A grande maioria dos professores nas três escolas conceituaram o meio ambiente como o lugar onde encontramos água, ar, luz solar e seres. Descrições simplistas e sem relação, com predominância de fatores físicos. Esse fato nos revela que existe pouca ligação no que diz respeito aos processos contidos no meio ambiente. As representações de meio ambiente obtidas foram na sua grande maioria de linha naturalista / biológica e simplista, dentro de um pensamento positivista, que não inclui o ser humano, nem os processos, as construções e as contradições que envolvem as relações e inter-relações da sociedade com o seu meio ambiente. Apesar de 100% dos educadores pesquisados acharem importante o saber ambiental, poucos trabalham educação ambiental em suas disciplinas. Percebemos claramente pelas observações feitas durante a pesquisa que não se acham preparados para tal educação, afirmando necessitarem de algum curso ou formação específica, além de apoio técnico para efetivar tal educação. Apenas 36% dos investigados já participaram de algum curso, oficina ou encontro sobre Educação Ambiental, enquanto a grande maioria, 65%, nunca tiveram um contato efetivo com essa educação. Esses números talvez expliquem a falta da prática concreta da educação ambiental nas escolas da rede pública do município de São Felipe. Os poucos que disseram trabalhar educação ambiental em sala de aula, na verdade, apenas utilizam de forma descontextualizada, textos e atividades que se referem à preservação e cuidados com o meio ambiente, porém, distantes da vivência e prática dos alunos. Sendo a educação ambiental um processo permanente, os professores precisam receber capacitação constante para desenvolver um trabalho prático e dinâmico na escola. A formação, o conhecimento e preparo dos educadores são fundamentais para o exercício multiplicador dessa atividade; precisam, portanto, estar atentos à grande diversidade de questões que o meio ambiente abarca e desenvolver sua percepção e saber ambiental para poder utilizar concretamente no seu cotidiano. A educação ambiental se configura como uma fonte de mudanças, responsável pelo desenvolvimento de atitudes, novos valores e habilidades nos indivíduos para uma participação ativa, construtiva e transformadora, necessária para um relacionamento mais saudável com o meio físico-natural e social. Portanto, a educação ambiental é um caminho que precisa ser percorrido a partir da experiência e vivência local, com responsabilidade e participação para garantir uma melhor qualidade de vida para todos. Finalizamos este trabalho, deixando algumas reflexões/questionamentos que devem permear o nosso pensamento como ser humano, como cidadãos e como educadores. a) Por que o poder público não elabora uma política efetiva e aplicável de Educação Ambiental, disponibilizando recursos e acompanhando sua implantação? b) Por que a Educação Ambiental encontra tantos entraves para ser implantada? c) A quem não interessa a implantação e prática da Educação Ambiental? É necessário que tenhamos uma visão ampla, crítica e consciente do mundo em que vivemos para podermos, como agentes sociais, construir um mundo melhor para todos, transformando as dificuldades em oportunidades. E, para que se pratique de fato uma educação ambiental nas escolas, faz-se necessário, além do interesse, do conhecimento e do preparo, a união e boa relação entre os educadores e demais representantes da escola, pois a educação ambiental se sustenta na integração e na prática.pt_BR
dc.identifier.isbn85-88480-18-12
dc.identifier.issn85-88480-18-12pt_BR
dc.identifier.urihttps://ri.ucsal.br/handle/prefix/1790
dc.languageporpt_BR
dc.publisherUniversidade Católica do Salvadorpt_BR
dc.publisher.countryBrasilpt_BR
dc.publisher.initialsUCSALpt_BR
dc.relation.ispartofSEMOC - Semana de Mobilização Científica- Educação ambiental em São Felipe/Ba: percepção, representação e prática dos Professores/Educadorespt_BR
dc.rightsAcesso Abertopt_BR
dc.subjectEducação ambientalpt_BR
dc.subjectSEMOC - Semana de Mobilização Científicapt_BR
dc.subjectProfessores/educadorespt_BR
dc.subject.cnpqSociais e Humanidadespt_BR
dc.subject.cnpqMultidisciplinarpt_BR
dc.titleEducação ambiental em São Felipe/Ba: percepção, representação e prática dos Professores/Educadorespt_BR
dc.title.alternativeSEMOC - Semana de Mobilização Científicapt_BR
dc.typeArtigo de Eventopt_BR

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