Cemitério de escravizados no Campo da Pólvora e as práticas fúnebres na Salvador oitocentista (1825-1836)

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2025

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UCSal - Universidade Católica do Salvador

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Este artigo propõe-se a analisar o Cemitério que por cerca de 200 anos teve a função de acomodar os sepultamentos de negros escravizados, indigentes, revoltosos e pessoas marginalizadas, localizado nas imediações do Campo da Pólvora, na cidade de Salvador – Bahia, com recorte temporal concentrado entre os anos de 1825 e 1840. A pesquisa busca compreender, a partir da História Social, as práticas e representações ligadas ao trato com o corpo negro no pós-morte, analisando a relação da sociedade oitocentista com os ritos fúnebres, as cerimônias de enterramento e a influência da posição social dos indivíduos na forma como eram sepultados. O estudo se fundamenta em revisão bibliográfica e análise de fontes primárias, como os livros de Banguê sob a guarda da Santa Casa de Misericórdia da Bahia. Através dessas fontes, é possível evidenciar o papel central exercido por essa instituição no monopólio dos serviços funerários da cidade, sendo responsável por determinar os locais e modos de sepultamento, inclusive daqueles destinados às populações escravizadas. Examina-se como essa instituição intermediava o acesso a práticas funerárias dignas, especialmente no que tange ao sepultamento em igrejas, um privilégio geralmente negado aos corpos negros. Ao investigar essas dinâmicas, o trabalho contribui para a compreensão das hierarquias sociais e raciais que se estendiam mesmo após a morte, revelando um aspecto importante das sociabilidades e da cultura material e simbólica no Brasil escravista.

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Keywords

Escravidão, Ritos fúnebres, Santa Casa de Misericórdia, Bahia - história - 1825-1836

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